ITAPETINGA: Record divulgou reportagem sobre mutilados da Azaléia
Sempre é importante lembrar...
No contexto dos acidentes sabemos que a realidade é cruel e desumana, para os acidentados. Para os que pleiteiam indenizações, terão que provar na Justiça do Trabalho que os empresários são culpados, ou seja, “o acidentado tem que provar que o dono da fábrica (preposto) não oferecia condições de trabalho seguro”. Eis o problema. Os pobres acidentados enfrentarão empresários preparados de forma documental respaldados nas NR´s.
As grandes fábricas respondem atualmente a inúmeras ações, reclamações na vara trabalhista e podem ter certeza que elas não são “culpadas” e conseguem fazer a defesa tranquilamente.
Agora, imaginem vocês, que estamos falando das maiores fábricas e consequentemente das maiores estruturas de segurança do trabalho que se tem ouvido falar, entre recursos tecnológicos (EPC´s) e profissionais de Segurança qualificados. Então fica uma grande pergunta no ar, como devem ser os ambientes das fábricas que não oferecem a mesma estrutura? E quantos operários são acidentados todos os dias?
Diante de tudo não há mais espaço pra dizer que os acidentes estão ocorrendo por conta da não adaptação dos operários ao trabalho de fábrica, nem tão pouco por conta de máquinas obsoletas. Os operários são treinados e as máquinas são modernas dotadas de recursos de segurança. Acredito que as causas estão realmente estão ligadas a um contexto bem maior, que geram as falhas humanas indexadas e inevitáveis em uma classe operária sofrida e sem saída.
Em relação aos profissionais de Segurança, realmente acredito que os mesmos conduzem o trabalho de forma eficiente e na medida do possível eficaz. Mas afirmo com conhecimento de causa, que, a totalização das ações de segurança com as medidas preventivas independem dos SESMT´s, pois estes são tão controlados quanto os demais trabalhadores. O controle das pessoas em relação ao comportamento seguro, também depende de uma série de fatores, isso é que eu estou considerando, como contexto maior. Veja só, diz a nossa literatura, narrada por especialistas do comportamento humano, (Psicologia, Ciência da subjetividade) que um indivíduo não consegue atingir a auto-realização sem antes saciar as necessidades básicas fome, sede, sexo (fisiológicas), ou seja, não se consegue buscar e atingir a auto-estima com a barriga vazia. O trabalhador não consegue concentra-se e seguir as regras de segurança devendo ao “Zé da Budega”, e também carregando vários problemas da ordem particular provocados pela hierarquia social. Somando isso a insegurança dos ambientes das fábricas é só esperar o acidente acontecer.
Erra não é humano depende de quem erra…
Há muita gente errando propositalmente e, provocando o erro dos que inconscientemente erram por falta de controle. Essa é a história dos acidentes em nosso querido penta campeão Brasil…
Saudações prevencionistas à todos,
Sávio.
Técnico em Segurança do Trabalho
Juazeiro do Norte – Ceará
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